quinta-feira, 6 de maio de 2010

MORADORES FECHAM O PRINCIPAL TRECHO DE ACESSO A ATALAIA NOVA

Revoltados moradores da Barra dos Coqueiros queimaram pneus, fecharam o principal trecho de acesso a Atalaia Nova e provocaram mais de 1 km de congestionamento.
Na manhã desta quinta-feira, 6, moradores da Barra dos Coqueiros, realizaram um protesto queimando pneus e fechando o principal trecho de acesso a Atalaia Nova. Mais de um quilometro de congestionamento foi formado e motoristas do transporte urbano ficaram impedidos de seguir viagem. A manifestação foi marcada pela falta de pavimentação e drenagem que provocou a inundação das ruas dos loteamentos Recanto das Andorinhas e Rio Mar.
A técnica de enfermagem, Fernanda Karine Hora Santos, não esconde a revolta diante do que ela chama de falta de respeito por parte da Prefeitura do município Barra dos Coqueiros. Fernanda que é mãe de um recém-nascido de apenas 10 dias, reclama que a rua onde mora está completamente alagada.
Segundo a técnica de enfermagem com as constantes chuvas que caíram na capital nos últimos meses a água não baixou. Fernanda conta que além dos transtornos causados pelo acúmulo da água, a grande quantidade de insetos e ratos assusta os moradores do local. “Cheguei a ir até o Ministério Público em Aracaju, mas fui informada que o processo só poderia correr pelo Fórum aqui da Barra, como estou recém parida ainda não tive tempo de correr atrás dos meus direitos”, menciona.
Fernanda que é moradora da rua B, no loteamento Recanto das Andorinhas lamenta que o carro da família esteja danificado. “O carro está dentro da água, infelizmente recentemente fiz reparos no piso e chaparia, mas está tudo perdido”, desabafa.
Indignado o auxiliar de finanças Ubirajara Alencar afirma que a prefeitura dispõe de verbas para realizar a pavimentação das ruas. “Desde o ano passado que a verba foi liberada, mas até agora a prefeitura não fez nada”, diz.

Prejuízos

O soldador Aloísio Santos de Jesus diz que os moradores do loteamento Rio Mar estão ilhados dentro das casas. “Existem pessoas idosas e crianças que não conseguem sair das casas porque a lama tomou conta da rua. Já tentamos falar com o prefeito, mas ninguém sabe, ninguém vê esse prefeito por aqui”, salienta.
Prejuízo incalculável para o proprietário de uma oficina mecânica que há cerca de 30 dias não consegue realizar nenhum serviço. Alguns veículos que restaram na oficina ficaram completamente danificados. “O prefeito não vai conseguir acabar com o nosso protesto, chamaram a polícia, mas todos têm que saber que a Barra dos Coqueiros não tem prefeito. Estamos esquecidos”, denuncia Assis Francisco Silva, que mora na localidade há 12 anos.
Assis afirma que o problema das inundações se agravou após a construção da rodovia que dá acesso a Atalaia Nova. “Construíram a pista muito alta e a água ficou acumulada dentro das casas das pessoas”, diz.

Doenças

A dona-de-casa Elisabete Emília Siqueira Santos diz que teve que colocar três dos quatro filhos na casa de parentes porque estavam doentes. “Essa água é suja, cheia de ratos e insetos, meus filhos estavam doentes tive que mandar eles para a casa da família. Meu marido está doente há mais de uma semana, o pior é que ele não consegue sair de casa porque a rua está completamente alagada”, diz.
Situação semelhante enfrenta o vizinho de Elisabete que há uma semana levou uma queda ao tentar atravessar a rua onde mora. “Estou com a perna inchada, tendo febre direto, mas a rua está tão inundada que não consegue passar nenhuma ambulância ou qualquer carro”, ressalta.
Após negociação de policiais militares, o Corpo de Bombeiros conseguiu apagar o fogo, mas os manifestantes formaram uma comissão e foram à prefeitura tentar conversar pessoalmente com prefeito Gilson dos Anjos.
O secretario de comunicação da Barra dos Coqueiros, Diego Gonzaga, esteve na manifestação e foi cercado pelos moradores. A população cobrou a presença do prefeito que segundo Diego estava em outro compromisso.
O secretario explicou que a verba para a construção do calçamento das ruas está garantida e que o processo de licitação está em fase de conclusão. Diego ressaltou que em cerca de dois meses as obras serão iniciadas.
Como medida paliativa, o secretario disse que o prefeito determinou que responsáveis pela secretaria de infraestrutura visitem o local para tomar as providencias necessárias para o escoamento da água.

Fonte: Kátia Susanna - Infonet

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